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Blank Page: Pro Gallery

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Out of Sight, Out of mind researches locations that, for one reason or another, are difficult or impossible to reach. This inaccessibility is caused either by their topographic or geographic characteristics, their distance from inhabited areas, or political or spiritual reasons. Or simply because humans don’t have the right means to get there.

What is remarkable about these places is that, if you find a way of getting there, you most likely won’t find anyone else. They are the ultimate escapist destination. They represent the child-like idea that there is a place that is free from any problems, where one could run away to: out of sight, out of mind. On the other hand, even in these ‘problem-free’ areas, one can find evidence of the problems one might be running away from: the water in Point Nemo, a point in the Pacific Ocean that is the most isolated place on earth, has 26 microplastic particles per cubic meter.

It is from this dichotomy that the work in this show unfolds, referencing these locations that are external and far away from the gallery space and coming back to the gallery space itself, exploring its accessibility and habitability and creating new possibilities and narratives with what lies within it. We know these places exist, we have access to their exact coordinates, but most likely will never go there during our lifetimes or know anyone that will. For that reason, they carry in them a quasi-fictional quality that opens up space for debate around the reason for these extreme, impracticable and morally dubious journeys.

PT

Out of sight, Out of mind assenta numa pesquisa acerca de locais aos quais, por uma razão ou outra, é difícil ou impossível aceder. Esta inacessibilidade prende-se com diversos fatores: características topográficas e geográficas particulares, grande distância entre estes locais e zonas habitadas, razões espirituais ou políticas. Ou então simplesmente a incapacidade do ser humano se aproximar destes sítios por falta de meios ou recursos. Aquilo que é notável nestes locais é que, arranjando maneira de lá chegar, o mais provável é que não se vá encontrar lá nenhuma outra pessoa. São o derradeiro destino de um escapista. Representam uma ideia quase infantil de que existe um lugar para onde podemos fugir e que está livre de todos os problemas: longe da vista, longe do coração. Contudo, mesmo nestas zonas “isentas de problemas”, podemos encontrar evidências e vestígios dos problemas dos quais estamos a tentar fugir. Por exemplo, a água no Ponto Nemo, um ponto no Oceano Pacífico que é o mais isolado da Terra, contém mais de 26 microplásticos por metro cúbico.

É a partir desta dicotomia que o trabalho apresentado nesta exposição se desdobra, fazendo referência a estes locais que são exteriores e distantes do espaço da galeria e em simultâneo servindo-se do espaço da própria galeria para explorar as possibilidades de acessibilidade e habitabilidade destes lugares e criar novas narrativas dentro deles.

Nós sabemos da existência destes espaços, temos acesso às suas coordenadas exatas, mas o mais provável é que nenhum de nós, ou qualquer outra pessoa que conheçamos, chegue alguma vez a ir lá. Por esta razão estes espaços carregam uma característica quase ficcional que nos dá lugar para ponderarmos qual a razão para esta extrema, impraticável e moralmente duvidosa viagem.

 

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